«Esta é a história de George VI (Colin Firth), que assume a contragosto o cargo de Rei da Inglaterra, quando o seu irmão, Edward (Guy Pearce), abdica, em 1936. Sem estar preparado para tal, o novo Rei pede o auxílio a um especialista em discursos e em protocolos, Lionel Logue (Geoffrey Rush), para superar a sua gaguez. A acção desenrola-se num país à beira de uma guerra e a necessitar desesperadamente de um líder. A sua mulher, Elizabeth (Helena Bonham Carter), futura rainha-mãe, encaminha o marido para o excêntrico Terapeuta da Fala e os dois homens acabam por formar um vínculo inquebrável. Com a ajuda da sua família, do seu Governo e de Winston Churchill, o Rei vai superar a gaguez e tornar-se numa inspiração para o povo. Baseado na história real do Rei George VI, o filme acompanha a luta desesperada do monarca pelo reencontro com a sua própria voz.»
Texto: Lurdes de Matos in Nova Gente Nº 1795 de 7 a 13/02 de 2011
Este filme retrata particularmente a diferença entre um Médico e um Terapeuta da Fala. Isto porque, o Rei, antes de se dirigir a Logue, teria procurado muitos médicos para o auxiliarem a superar a sua gaguez, todas essas intervenções teriam sido inúteis.
Pela sua condição aristocrática, o Rei era obrigado a fazer discursos em público, mas também a ler histórias para as filhas. Sempre que o fazia, manifestava a sua gaguez.
Nos primeiros “encontros” com o Terapeuta da Fala, este tenta perceber a origem da gaguez e, descobre que esta terá surgido por volta dos 5 anos. Em consequência de ser gozado pelo irmão, de temer o pai, deste insistir com George para “desembuchar”, ser mal tratado pela ama e do facto de ter sido forçado a ser destro, quando a sua condição natural era canhoto (muito comum em gagos salienta o Terapeuta da Fala).
Neste filme, também temos a percepção de como surgiu a Terapia da Fala. Para Lionel, que fazia recitais e dava aulas de dicção em escolas, a Terapia da Fala surgiu com a Grande Guerra, os soldados Australianos que vinham da linha da frente estavam tão traumatizados que mal conseguiam falar. Então, Lionel tentou terapia muscular, exercícios de descontracção, mas cedo percebeu que o seu trabalho teria de ir mais longe, “dar fé na própria voz”.
Ao longo do filme, vemos ilustradas algumas competências interpessoais do Terapeuta da Fala:
· “Desenvolver e manter relacionamentos de trabalho construtivos”;
· “Demonstrar consciência da influência dos seus sentimentos, conhecimentos, crenças e experiência no surgimento de julgamentos prejudiciais”;
· “ Demonstrar capacidade de adequação de estratégias para lidar com as emoções, de forma a facilitar as tarefas”;
· “Demonstrar perícia na interacção terapêutica e de suporte com utentes / clientes / outros”;
· “Modificar o seu comportamento linguístico e interpessoal para aumentar a capacidade de comunicação do doente/cliente.”
É de salientar que o Terapeuta da Fala funciona quase como “um confidente” que para diagnosticar e tratar o paciente assume um papel de ouvinte, e até conselheiro.
Por fim, vemos um Rei que supera a sua Gaguez e crê que “A Nação acredita que quando falo, falo por eles”
Por fim, vemos um Rei que supera a sua Gaguez e crê que “A Nação acredita que quando falo, falo por eles”
O “The King’s speech” venceu o Prémio da Associação de Realizadores norte-americanos e para o Sindicato dos Produtores foi o grande vencedor na categoria de Melhor Filme, conquistou também o prémio para o Melhor Elenco e Colin Firth ganhou o prémio de Melhor Actor, conseguindo a mesma distinção na 68ª Edição dos Golden Globes.
A 83ª edição dos Óscares vai decorrer no Kodak Theatre, em Hollywood, a 27 de Fevereiro de 2011 e o “The King’s speech” lidera a corrida com 12 nomeações.
Aqui fica o Trailer, Estreia nos Cinemas a 10 de Fevereiro de 2011:
Mariana Ferreira e Sónia Almeida - TL TF01